segunda-feira, 21 de junho de 2010

Michele Valeska Méndez CRP 12/2450 - Psicologa

Imagem corporal e autoestima


No início dos anos 70, as mulheres ocidentais conquistaram direitos legais e de controle de reprodução, alcançaram a educação superior, entraram para o mundo dos negócios e das profissões liberais e derrubaram crenças antigas e respeitadas quanto ao seu trabalho social. Abriram espaço na estrutura do poder. Enquanto isso, cresceram em ritmo acelerado os distúrbios relacionados a alimentação. A cirurgia plástica de natureza estética veio a se tornar uma das maiores especialidades médicas. Sucessivamente, as indústrias de dietas e dos cosméticos passaram a ser os novos censores culturais do espaço intelectual das mulheres. Os direitos do controle da reprodução deram à mulher ocidental o domínio sobre seu próprio corpo.

Na década de 80, evidenciou-se que a medida que as mulheres foram ficando mais importantes, também a beleza foi adquirindo maior importância. Quanto mais perto do poder as mulheres chegam, maiores são as exigências.

A fixação na "beleza” da década de 90 foi conseqüência direta da ascensão das mulheres à posição de poder, além de representar um controle individual desta ascensão.

A imagem que as mulheres expressam seja pelo corpo, sua forma de agir e se vestir, torna-se motivo de ansiedade, visto que estas expõe-se ao exame público. Acostumadas a considerar a beleza um bem, as mulheres buscam ser belas e aceitas pela sociedade, independente dos sacrifícios. Parece que a única forma de “ser feliz” é encontrar-se em perfeita forma física.

Na época de Freud os psiquiatras consideravam o culto excessivo à própria imagem como uma doença, hoje além de perder o caráter patológico, passou a significar sinônimo de bem-estar consigo mesmo.

A idéia que cada um têm sobre seu corpo é denominada imagem corporal. Um aspecto importante da imagem corporal é a auto-imagem, sendo que esta se constitui da imagem interna somada a interação com o contexto social e ainda as idéias das outras pessoas, internalizadas. Podemos ver que as idéias, valores e padrões de nossa sociedade são internalizados e assim afetam nossa conduta e identidade. Neste sentido, aquilo que a sociedade impõe como nos padrões de beleza, é assimilado e consumido através de ações em busca da perfeição estética.

Ao refletirmos sobre beleza precisamos aceitar a idéia de que toda tecnologia estética e cirúrgica nos auxiliam a melhorar nossa autoestima e auto-imagem corporal. Quando isso se torna uma obsessão e perfeccionismo exagerado devemos alertar para possíveis problemas psicológicos. Para tudo há o equilíbrio, primeiramente a aceitação de sermos únicos e diferentes. Não podemos ter a boca igual a da Angelina Jolie, mas podemos melhorar a boca se isso nos deixar mais feliz. Mas se só seremos felizes se tivermos a boca igual da Angelina Jolie, temos um grande problema.

É maravilhoso podermos melhorar nossa imagem com aparelhos estéticos ou até mesmo cirurgia plástica, porque buscamos a beleza, tudo que é belo tem harmonia e nos atrai, faz parte da natureza. O que devemos compreender é que a autoestima é construída a partir do nascimento e através das relações com nossos pais e posteriormente nas relações sociais. Trata-se do meu autoconceito, quando me olho no espelho o que vejo e o que sinto.

A imagem corporal influencia na minha autoestima, mas não é fator determinante, porque está relacionada aos aspectos psicológicos, portanto cuidar do corpo é belo, mas a beleza esta dentro de cada um, pense nisso.

Michele Valeska Méndez
CRP 12/2450

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